A vida é como um carrossel, girando pra cima e pra baixo, e quando eu estou no alto olho o quanto longe minha vista alcança, e o quanto a minha vida pode mudar, desvio o olhar pois já estou embaixo, e todas aquelas lembranças eu as vejo despedaçadas no chão, elas não podem me ferir novamente, pois o que foi feito não voltará mais, eu persegui todos os meus fantasmas e não tenho mais medo.

Agora tudo ficará bem, o vento levou toda a minha insegurança, a chuva arrastou para sempre todas as minhas tristezas, então me enxergo novamente no espelho, o brilho no olhar voltou a ser o mesmo, Vejo o outro lado, mergulho no lago onde a minha história começa a passar me pergunto quem sou eu pra tentar desmoronar?

 Eu não posso voltar atrás, não posso comandar as mãos do tempo, o que foi dito já passou e está tudo bem, as cicatrizes não me incomodam mais nem mesmo se jogar sal nelas,  mesmo quando a arranho com os meus dedos, e o sangue nas minhas veias que pensei que tinha congelado continua pulsando como sempre pulsou, ardendo ainda mais forte, e o meu coração está pronto pra ser melhor.

 Acho que precisamos deixar que as coisas simplesmente aconteçam, sem pressa nem medo de se machucar, afinal todos nós nos machucamos uma ou outra vez, mas o importante é agüentar firme, mesmo quando a situação perde o controle e você acha que nunca mais vai parar de derramar lágrimas, existe uma luz multicor esperando pra brilhar dentro de você, lutando contra todos os seres que se alimentam dos seus medos voltar para a escuridão, com todo o seu brilho essa força não te deixará sozinho.

 Fehe os olhos e acredite,  Solte as mãos do tempo pois tudo vai ser concertado, não olhe pra trás, apenas deixe ir e ficará tudo bem.  E na falta de musica, dance com o mesmo entusiasmo, crie sua dança, caia, erre,  ache graça dos seus próprios erros pois se falhar encontre outros caminhos , considere soluções. Explore o melhor que existe em você, Acredite no seu potencial, siga pelo caminho do amor não desista dos seus sonhos. Não espere que o outro mude  para que você também o faça MUDE primeiro, renove suas esperanças. O mundo são para aqueles que se arriscam, e quem é você? Um grande herói não precisa ser inatingível, até os melhores heróis choram,Sangram e sofrem pois são apenas seres humanos. Aceite a humildade ela não vai te fazer melhor que os outros, mas você vai ser diferente de muitos. 

 Não abaixe a cabeça para as pessoas que insistem em te pisar, rejeite a exploração, reconheça toda forma de amor. Enterre o passado e no lugar de tristeza coloque o seu mais lindo sorriso no rosto, solte as mãos do tempo. E o que está fazendo parado aí ainda? Levanta essa cabeça, tenha coragem!   Vista sua melhor roupa e mostre ao mundo o seu melhor. Corre igual uma criança, aproveite esse passeio de carrossel,  não chore mais meu bem,  pois o seu sorriso pode mudar o mundo.

Escrito por Jal Vasconcelos 14/05/13



 E eu daria tudo pra te ter de volta, passo horas e horas do meu dia sentado na janela olhando para o nada, afogado em recordações que não me deixam seguir em frente.
Escrevo, deito, ligo a tv, volto a escrever novamente, dou voltas e voltas pelo apartamento todo, como se procurasse por algo que perdi, mas sem nunca ter me pertencido de fato. Algo que não existe, mas me faz tanta falta quanto o pulmão precisa de oxigênio para respirar, eu mal tenho conseguido respirar.
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 Ontem pela manhã, escovando os dentes me peguei olhando no espelho, e percebi que envelheci uns 30 anos, tentei me reconhecer mas aquilo diante da minha frente foi contra qualquer pretensão do que eu queria ter me tornado, um cara ao qual em mente tinha ótimos projetos, tantos desejos pessoais e um futuro brilhante, que aos 22 já estaria rumo ao doutorado, com renda fixa, uma casa dos sonhos ao qual juntaria toda a família e os amigos nos fins de semana para encontros memoráveis. Agora isso não passa de uma longínqua utopia, agora abro os olhos e vejo a realidade fria ao qual me resta, tento enxergar quem sou eu diante do espelho, o cabelo desgrenhado, um abatimento pálido e umas olheiras capazes de assustar até quem já faleceu. O tempo passa rápido, tudo muda, prédios caem, pessoas morrem, e eu continuo aqui com os mesmos velhos medos de sempre.
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Hoje ao deitar eu chorei, não sou desses que choram por qualquer coisa, meu pai sempre falava que era coisa de perdedor chorar, e ainda hoje quando me pego chorando lembro dessas palavras, e é como se ele estivesse ao meu lado falando com aquele tom sério como se chorar fosse a coisa mais errada. Mas hoje foi inevitável conter as lágrimas, venho escondendo isso a tanto tempo que as vezes parece que nem vivi aquilo, que foi algo arquitetado pela armadilha da minha mente.
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O que me restou foi a chave do quarto 218 do hotel vermelho escarlate, aquele que sempre nos encontrávamos ao cair da noite, que instintivamente aguçava com os nossos desejos e parecia tanto conosco, era intimista, feito maior parte de madeira e sempre exalava aquele cheiro insuportável de óleo de peroba, aparentava ser meio abandonado e eu sempre gostei de lugares assim e eu sei que você também, nos dava aquela sensação de seres únicos ao qual ninguém poderia nos atrapalhar, pelo menos eu me sentia assim, ou talvez você me fizesse ser único. Depois de muito tempo eu tive coragem de voltar aquele hotel, o cenário era o mesmo, o mesmo cheiro do óleo de peroba mas agora não era insuportável eu até gostei, passei pelo velho da recepção e ele me cumprimentou, mas não como qualquer hóspede, acho que ele me reconheceu, mesmo depois de tanto tempo. Subi as escadas e passei pelos estreitos corredores em direção ao segundo andar, parei em frente a porta do quarto,  com as chaves em punho girei a maçaneta lentamente, quando abri a porta me assustei, cada coisa ali estava milimetricamente igual no seu lugar como tinha visto pela última vez, os meus olhos então brilhavam, mas assim que passei pelo vão da porta as coisas de repente mudaram consideravelmente, o quarto poderia ser o mesmo mas eu não me senti vivo naquele lugar, um gosto amargo invadiu minha boca, era como se estivesse caído em pequenos pedaços no chão, tudo passou como um flash diante dos meus olhos, e agora eu me pergunto: onde estão as suas mãos para me levantar? Então volta e traz, me traz de volta a sua paz.
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Sentado no vão da escada com as mãos trêmulas apoiadas no corrimão, na sua blusa encharcada eu enxugo as minhas lágrimas. Nem os nossos lençóis me aquecem nessas tardes frias. As paredes do quarto ainda permanecem no mesmo tom.
E de pensar nisso tudo eu me sinto vivo de novo, pois sei que eu nasci pra te amar, esse sentimento vai além do físico, além da oxigenação das nossas células.
E se eu caísse de joelhos aos seus pés você me confortaria? 
Você choraria sentado ao meu redor? Assopraria o meu machucado?
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Bem, acho que não. Por tudo que tenho passado eu estive por todo este tempo sozinho, lutando contra as minhas memórias, eu rezo pelo dia em que iremos superar a nossa queda, o nosso fracasso.
Insensatez é os seus olhos estarem tão distantes de mim, é você ter partido sem dizer nenhuma palavra, hoje eu já me acostumei com o silêncio.
Eu sempre soube que eu nasci pra te amar, mas será que você me amou mesmo? Será que você ama a si próprio? São tantas perguntas sem respostas, que continuarão sem respostas.
Hoje eu completo 22 anos e eu pedi um presente aos deuses, que eles tragam de volta todo o melhor que foi roubado de mim, que acabe o sofrimento no meu peito e que toda essa dúvida e irresolução se converta a esperança.


         Escrito por Jal Vasconcelos - Editado por Jessica Sena (01/05/2013)